Crise na Itália provoca reunião de emergência da UE

Van Rompuy conversa com Berlusconi. Chegou a vez da Itália? Foto de President of the European Council

Crise na Itália provoca reunião de emergência da UE

Líderes europeus reúnem inesperadamente esta segunda-feira. Crise da Itália põe-na na mira das agências de ‘rating’. Novo empréstimo à Grécia está parado por falta de consenso.

O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, convocou uma reunião de emergência para esta segunda-feira em Bruxelas com os principais líderes da União Europeia. Na agenda está a a situação da Itália, o mais novo alvo da pressão dos mercados, e o segundo plano de resgate da Grécia.
A reunião vai ocorrer antes do Ecofine e contará, de acordo com a agência Reuters, com a presença do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e do comissário europeu para os Assuntos Económicos, Olli Rehn.
 
Itália na mira
A Itália é o mais novo alvo da pressão dos chamados mercados.
Na sexta-feira, a bolsa de Milão caiu 3,3% e a taxa de risco subiu a um máximo de 247 pontos base, com os bancos a serem muito castigados. A Itália tem uma dívida pública que representava, no final de 2010, 119% do PIB, segundo dados do Eurostat. Na semana passada, as agências de rating puseram o país em observação, afirmando a Standard & Poor’s que a crise tinha feito gorar “todos os esforços italianos de consolidação fiscal realizados durante a última década”, enquanto a Moody’s punha em revisão o rating da Itália e de 16 entidades de crédito locais.
Os chamados “esforços de consolidação fiscal” começaram no ano passado com um primeiro plano de cortes de 21.500 milhões de euros, que consistiu no congelamento dos salários dos funcionários públicos até 2012, a redução dos salários dos membros do governo, ajustes das verbas para as regiões e medidas para combater a evasão fiscal.

Ele pensa que é um génio”
Agora, o governo foi mais longe e aprovou um novo plano de cortes no valor de 43 mil milhões, que consiste em prolongar o congelamento dos salários, novos cortes de gastos e uma taxa sobre as transacções bancárias. Mas a crise política, que já levou Silvio Berlusconi a anunciar que não voltará a candidatar-se, irrompeu com força e veio ampliar as pressões das agências.
O próprio Berlusconi deitou achas na fogueira ao atacar o seu próprio ministro da Economia, Giulio Tremonti, de quem disse: “Ele pensa que é um génio e acredita que todos os demais são uns cretinos. Suporto-o porque conheço-o há muito tempo, e é preciso aceitar que ele é assim. Mas é o único que não faz jogo de equipa.”
Tremonti tem-se recusado a baixar impostos, o que é pedido pelo próprio Berlusconi e pelo líder da Liga Norte, Umberto Bossi, e pelo contrário vai aumentá-los.
O primeiro-ministro anunciou então que vai levar o novo plano ao Parlamento, para amenizá-lo um pouco. Foi o que bastou para despertar a ira das agências, que ameaçam baixar o rating da Itália, possivelmente em dois níveis.
 
Novo empréstimo à Grécia está parado
O outro problema é a Grécia, que só teve a crise adiada com a última tranche do empréstimo do ano passado. O novo empréstimo está parado, não há consenso nem clareza em relação a de onde vão sair os fundos, e as agências de rating já ameaçaram considerar o país em situação de não-pagamento se os bancos aceitarem uma reestruturação, mesmo que voluntária, da dívida.

Quem manda nas agências de ‘rating’?

Quem manda nas agências de ‘rating’?

Rui Barroso  
07/07/11 00:05

Capital Group é accionista de referência da Standard & Poor's.

Capital Group é accionista de referência da Standard & Poor’s.

É accionista de referência da S&P e da Moody’s e tem participações de relevo em 36 países.

É considerada a entidade mais poderosa do mundo a actuar nos mercados financeiros e talvez seja uma das mais discretas. A Capital Group é, através de uma das suas empresas, a Capital World Investors, a maior accionista da entidade que detém a agência de ‘rating’ Standard & Poor’s e tem uma participação de mais de 10% na Moody’s. Além disto, através de fundos de investimento, a Capital World Investors detém ainda milhões em dívida soberana, onde se incluíam no final de 2010, pelo menos, 370 milhões de euros em dívida da Irlanda, Portugal, Espanha e Grécia. Este valor pode ser superior, já que diz respeito apenas a dois fundos direccionados para o retalho de uma das cinco entidades do Capital Group.

A reputação do Capital Group é de discrição quase absoluta. Raramente aparece na imprensa e nem sequer faz publicidade aos seus produtos e serviços. Uma das poucas vezes que a entidade financeira deu que falar aos jornalistas foi quando um dos seus analistas criticou, em 2003, o presidente da Time Warner. Meses depois, este foi demitido. O mesmo analista do Capital Group voltou ao ataque, criticando em 2008 o presidente-executivo da Yahoo por este ter rejeitado uma OPA lançada pela Microsoft. O guião repetiu-se e, meses depois, o homem forte da tecnológica foi forçado a sair do comando.

A Bloomberg refere que a Capital Group opera com “luva de veludo” no controlo e influência das empresas onde está investida. Já o britânico “Independent” refere que a instituição “é quase patologicamente receosa dos media”. Mas a sua influência é inversamente proporcional ao seu ‘modus operandi’ recatado.

Um estudo publicado no ano passado por dois investigadores do Swiss Federal Institute of Technology concluiu que o Capital Group era a instituição financeira com maior poder nos mercados globais. A investigação incluiu 48 mercados, concluindo que o grupo é “uma accionista proeminente do controlo simultaneamente em vários países”, concluem Glattfelder e Battiston. O ‘ranking’ feito pelos investigadores pode ser encarado como “uma medida de controlo e de poder potencial (nomeadamente, a probabilidade de determinada entidade conseguir atingir os seus próprios interesses em oposição a outros actores). Dadas estas premissas, não podemos excluir que os maiores accionistas com vasto poder potencial global não exerçam esse poder”.

Capital Group tem mais de 10% da Portugal Telecom
O montante canalizado para dívida nacional por dois dos veículos geridos pela Capital World Investors, o American Capital World Bond Fund e o American Funds Insurance – Global Bond Fund, ficava-se pelos 19,5 milhões de euros no final de 2010, aplicados em Obrigações do Tesouro que vencem em 2020, segundo a Bloomberg.
No entanto, os investimentos do Capital Group em Portugal não se ficam pela dívida. Uma outra empresa pertencente ao universo da sociedade de investimento mais influente do mundo, a Capital Research & Management, detém 10,09% da Portugal Telecom, posição avaliada em perto de 600 milhões de euros aos preços actuais da operadora liderada por Zeinal Bava transacciona em bolsa. É mesmo o maior accionista da operadora portuguesa.
Os fundos geridos pela Capital Research & Management construíram uma participação qualificada na PT, isto é, acima de 2%, a 12 de Agosto, já depois da empresa nacional ter decidido vender a posição que detinha na brasileira Vivo à Telefónica. No final desse mês, a Capital Research reforçou a posição 5,07% e a última posição conhecida era de 10,09%, podendo ser superior sem que tenha de ser comunicada.

Poder de fogo do Capital Group é igual ao do mega-fundo da UE
Em Maio, a União Europeia, em conjunto com o FMI, tentou impressionar o mercado, com a criação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira com um poder de fogo de 750 mil milhões de euros. Mas o arsenal financeiro do Capital Group não fica atrás do valor astronómico colocado à disposição por Bruxelas. As estimativas apontam que a sociedade financeira sediada na Califórnia tenha activos sob gestão superiores a um bilião de dólares (mais de 743 mil milhões de euros). O número é quase cinco vezes superior à riqueza produzida anualmente em Portugal.

Um Novo Partido na Suíça: O Futuro da Política?

Le premier parti anti-PowerPoint vient d’être créé en Suisse

Le premier parti anti-PowerPoint vient de voir le jour en Suisse, pour lutter contre l’utilisation abusive du logiciel. Pour l’organisation, dans 95% des cas, le tableau papier est plus efficace.
Matthias Pöhm, fondateur de l'APPP et auteur du livre 'L'Erreur PowerPoint'.Matthias Pöhm, fondateur de l’APPP et auteur du livre ‘L’Erreur PowerPoint’. © TA

Le Suisse Matthias Pöhm vient de mettre sur pied le premier parti anti-PowerPoint. L’APPP se voit comme l’avocat d’environ 250 millions de citoyens dans le monde entier, qui, chaque mois, sont obligés d’assister à des présentations ennuyeuses dans les entreprises et qui n’ont pas trouvé de représentations politiques jusqu’à présent.

Le mouvement ne cherche pas à en finir avec l’usage du logiciel mais à enrayer son utilisation systématique. Matthias Pöhm trouve malheureux que les hiérarchies préconisent l’utilisation de PowerPoint et que les étudiants soient poussés à l’utiliser. L’APPP explique que, dans 95% des cas, le tableau papier a plus d’effet. «Les auditeurs suivent le processus de création et non pas uniquement le résultat, ce à quoi se limite PowerPoint. Le tableau de conférence augmente l’intérêt des auditeurs et crée du suspense. C’est comme un match de football: avec cet outil on suit le match et on a le score à la fin».

Le mouvement a pour objectif de diminuer le nombre de présentations ennuyeuses dans le monde entier et vise à ce que les personnes voulant renoncer à PowerPoint n’aient pas à se justifier à l’avenir. Pour le fondateur, ce n’est pas PowerPoint lui-même qui doit être aboli mais la contrainte que le logiciel représente.

Pour attirer l’attention du monde entier sur sa cause, le mouvement a choisi la forme d’un parti international basé en Suisse. Chaque citoyen du monde peut devenir membre, sans frais d’inscription. L’APPP veut devenir le quatrième plus grand parti suisse avec 33 000 membres. «Plus les gens en parlent, plus il y aura de changements», promet son fondateur.

A l’appui de ses revendications le parti a calculé que la présence des salariés aux présentations PowerPoint représente une perte de 350 milliards d’euros à l’échelle du monde. La fondation de cette organisation semble surtout être une bonne manière pour Matthias Pöhm de promouvoir son livre, «L’Erreur PowerPoint».

Já Vem Tarde… Mas mais vale tarde do que nunca. Que dirão esses sacerdotes (pastores) dos Mercados?

Portugal : Barroso critique Moody’s et annonce une régulation des agences

José Manuel Barroso, président de la Commission européenne.
José Manuel Barroso, président de la Commission européenne. AFP/JOHN THYS

La décision de Moody’s d’abaisser la note du Portugal est un élément spéculatif supplémentaire qui rend la situation de la dette en zone euro moins claire et moins transparente, a déclaré mercredi 6 juillet le président de la Commission européenne, José Manuel Barroso.

“Nous regrettons profondément la décision d’une agence de notation d’abaisser la note portugaise. [Nous] regrettons aussi la méthodologie choisie et la date choisie”, a-t-il ajouté, lors d’une conférence de presse à Strasbourg, rappelant que les agences de notation n’étaient “pas infaillibles” et n’avaient pas réussi à anticiper convenablement la crise de 2008.

RÉGULER L’ACTIVITÉ DES AGENCES DE NOTATION
Il a par ailleurs confirmé que la Commission européenne était prête à mettre sur la table très rapidement une proposition visant à réguler de manière plus étroite l’activité des agences, notamment en étudiant la question de leur responsabilité éventuelle devant les juridictions civiles.
Il a enfin estimé qu’il était possible de créer une agence de notation européenne afin de renforcer la concurrence sur ce marché, dominé par les agences Standard & Poor’s (McGraw Hill), Moody’s et Fitch.

COLÈRE DES DIRIGEANTS EUROPÉENS
Le ministre des affaires étrangères grec, Stavros Lambrinidis, a de son côté attaqué, mercredi, la “folie” des agences, estimant que ces dernières n’amélioraient pas une situation déjà délicate, relate la BBC.
En France, le nouveau ministre de l’économie et des finances, François Baroin, a exprimé la même défiance. “Ce n’est pas le regard d’une agence de notation qui va régler l’affaire de la tension des dettes souveraines et de la crise budgétaire”, a-t-il dit, ajoutant qu’il faisait confiance au Portugal.
La veille, la chancelière allemande, Angela Merkel, balayait d’un revers de la main l’avertissement de Standard & Poor’s, qui verrait l’équivalent d’un défaut dans la proposition française de “roll-over” volontaire de la dette grecque par les banques. “Il est important que la troïka [UE, FMI et Banque centrale européenne] ne permette pas que sa capacité de jugement soit ignorée, a-t-elle dit. Je crois par dessus tout au jugement de ces trois institutions.”

RISQUE DE PROPHÉTIE “AUTORÉALISATRICE”
Certains responsables européens jugent que les déclassements en chaîne des agences de notations reviennent à des prophéties “autoréalisatrices” et rendent encore plus difficile, pour les pays concernés, leur retour sur les marchés. Néanmoins, ces derniers ont de plus en plus le sentiment que la Grèce, et peut-être aussi le Portugal et l’Irlande, devront tôt ou tard restructurer leur dette et obliger les souscripteurs obligataires à comptabiliser d’importantes pertes.

TSU e Imposto Extraordinário

A redução da taxa social única, proposta pela CIP, corresponde a cerca de 700 milhões de euros de prejuízo para o Estado (via Segurança Social).

Quase 800 milhões será o proveito que o Estado tirará do imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal. Poderá ser um pouco menos, se os trabalhadores por conta própria (que passam recibo verde) conseguirem dar a volta ao texto).

Já se sabe, afinal, para que vai servir esse imposto extraordinário:

  • 50 ou 60 milhões (mais ou menos) destinam-se a reduzir o défice original;
  • 700 milhões (mais ou menos) destinam-se a reduzir o défice artificial criado pela redução da Taxa Social Única.

O mais curioso é que a redução da TSU ainda vai servir para justificar o aumento do IVA, apesar de ser já bem paga pelo imposto sobre o rendimento dos trabalhadores. É que o imposto sobre o rendimento não é muito interessante para a União Europeia, que não ganha nada com ele. A União Europeia propõe sempre o aumento do IVA, porque parte do IVA nacional destina-se a financiar o orçamento central da União.

Em resumo, não só pagamos as dívidas com juros (e que juros!), como para as pagar ainda temos de contribuir com mais dinheiro para o orçamento geral da União, através do aumento do IVA. Por seu turno, o financiamento da União para investimento (fundos estruturais) implicam que, por via do sistema de cofinanciamento, Portugal tenha de se endividar ainda mais, se quiser aceder a eles, e assim sucessivamente.

Nem todos perdem nesta roleta russa viciada.

Mas serei só eu a ver as coisas deste modo?

Fernando Nobre é um caso… Se a presunção pagasse imposto, Fernando Nobre já tinha resolvido o problema do défice português.

Fernando Nobre não foi eleito para Presidente da Assembleia da República pelo povo português. Nem foi considerado pelos seus pares, os deputados, como o mais indicado para o cargo. Agora, em carta ditrigida à Assembleia vem dizer que espera que o Parlamento, para além de ser a casa da democracia, venha a ser a casa da cidadania. 

Nessa altura, quer ele dizer certamente, um cidadão, que não pertença a qualquer partido e que venha a ser eleito deputado, tem o direito de ser o presidente do parlamento. Só um pode ser eleito nestas condições, é bom que se esclareça.

A cidadania para Fernando Nobre é uma coisa muito pessoal. Uma coisa é certa para ele: se se mantivesse como um simples deputado na assembleia, isso seria um sinal de democracia, mas não de cidadania.

Se a presunção pagasse imposto, Fernando Nobre já tinha resolvido o problema do défice português.